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PODERES DO SOM
PERFORMANCES ARTÍSTICAS /
ARTISTIC PERFORMANCES
À deriva sonora – Boitatá Incandescente
RODRIGO RAMOS
UFSC
O Projeto “À Deriva Sonora” do Sound Designer Rodrigo Ramos propõe a intervenção sonora utilizando a escultura “Boitatá Incandescente” do artista Laércio Luiz, localizado no laguinho da UFSC.
“À Deriva Sonora” busca uma interação com o espaço público urbano/natural, utilizando-se da prática situacionista de deriva no intuito de conhecer e se deixar afetar pela cidade, essa interação procura imergir e criar com a paisagem sonora dos espaços públicos e ouvir os objetos urbanos como interfaces sonoras.
O Boitatá será a interface sonora dessa performance. A ideia é compor uma paisagem sonora/musical ao vivo utilizando da materialidade da escultura (vigas de ferro da ponte Hercílio Luz captadas com microfones de contato e direcionais), com o som do lago captado com hidrofone e com o som ao redor. Assim pretendo produzir uma paisagem sonora do personagem Boitatá, que na cultura açoriana representa os medos e as crendices do imaginário popular
Escutas poéticas musicais
FELIPE GUE MARTINI
Centro-Universitário FSG
Uma intervenção que visa produzir reflexão sobre o ato de escutar e sobre a ecologia acústica das cidades. Qual o direito e o controle que temos sobre o que escutamos? É uma performance musical de rua que tem como base a tese de doutorado “Platina: transmetodologia radical e escutas poéticas musicais entre Porto Alegre e Montevidéu”. Ao pesquisar o repertório e conversar com músicos que produzem quase exclusivamente para internet, o autor reuniu um mosaico de musicalidades e diálogos que permitem refletir sobre a escuta, sobre o direito ao espaço público das cidades e sobre a música platina e latino-americana. A tese é composta por texto e por seis músicas. Essa intervenção é uma versão ao vivo da pesquisa científica, que se abre em nova investigação e aprendizagem.
Interferência
FERNANDA PAIXÃO
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
Nesta performance sonora, apresenta-se uma composição em camadas que se interferem: microfonia sobreposta à sons vitais do ser humano como voz, batimento cardíaco, útero e respiração. A microfonia acontece quando o microfone capta o som do próprio dispositivo que emite o som dele, causando uma realimentação sonora e um som agudo geralmente rechaçado por quem escuta. Neste trabalho, a microfonia está exposta, intervindo na vida, nas ações vitais. A performance é uma mescla de som eletrônico com sons da respiração feitos acusticamente pela performer, o som que sai de dentro do nosso corpo e o som que sai de dentro do dispositivo eletrônico se encontram e geram uma sonoridade orgânica e tecnológica. Esta pesquisa começou na residência de arte sonora ASA, oferecida pelo Instituto British Council e o Centro Cultural Oi Futuro entre 2018 e 2019, no Rio de Janeiro.
Fernanda Paixão é mestranda na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e integra o grupo de pesquisa Práticas Performativas Contemporâneas. A performance tem colaboração de Bianca Tossato e Natália Carrera.
Epilepsia: Micropause Abuse
HENRIQUE IWAO
UFMG
Show de música de ruído e luz onde uma parede densa de sons, com reminiscências de black metal abstrato, é perfurada por pausas imperceptíveis, no limiar da percepção, ou logo acima deste, traçando ausências percebidas ou subliminares. A isso somam-se lampejos a complementar, inicialmente em sincronia, as micro pausas, as indicando e rompendo a concentração na escuridão do recinto. Primeira parte de um conjunto no qual a segunda parte se relacionaria com a ideia de morte artificial, que surgiria do abuso de micro pausas. Ambas as noções foram retiradas dos escritos do Ccru (Cybernetic Culture Research Unit), coletivo interdisciplinar da universidade de Warwick, 1997-2003.
Epilepsia é um duo de música eletrônica experimental / noise / arte sonora formado no final de 2012 por MC Mangusto (Henrique Iwao - laptop e sistema de luz) e Reverendo Lontra (J.-P. Caron - DX100, laptop, pratos). Focado em explorar e integrar ruídos e luzes. Poeticamente aliado ao neo-gótico / cyberpunk / black metal abstrato. Repertório inclui Death Raving (“delirando mortes”) – lançado em dois álbuns, ao vivo (Toc Label, 2013) e de estúdio (Seminal Records, 2018) - e o recente Micropause Abuse.
Fez shows em São Paulo (Ibrasotope, Hotel Galeria), Rio de Janeiro (Plano-B, Audio Rebel, Aparelho) e Belo Horizonte (Georgette Zona Muda, Nelson Bordello, Titanic Cultural, Ponto 4) e participou dos festivais BHNoise 2013 e ExTre Ma 2018.
Estafa Mental n.1
MARINA MAPURUNGA
USP/UFRB
“Estafa Mental n. 1” é uma performance sonora com duração de 15 minutos, com uso de violino elétrico, voz com pedais e samples de gravações de campo. “Estafa” é constituída por territórios sonoros sampleados que são desterritorializados e reconfigurados a todo momento. Essa voz, sem palavras e às vezes adulterada (pelos pedais), urge/ruge sua estafa. O violino se faz como esses corpos humanos que vivem, falham e que resistem até o último ruído.
"Estafa Mental n.1" apresenta como os sons do nosso cotidiano invadem nosso corpo, nossa mente, como eles nos atravessam e influenciam nossos gestos, nosso ritmo de vida, nosso auto-(des)controle. “Estafa Mental n.1” surgiu em dias intensos, em que os sons, ao adentrarem meus ouvidos, se amplificavam, ganhando poder sobre mim. Tentava vencê-los, mas eles persistiam. Respirava fundo em meio ao tumulto sonoro. Mas eles não desistiam de mim.
Tera em Transe
MARCELO B. CONTER & MARIO ARRUDA
IFRS / UFRGS
Tera em Transe é uma performance de música eletrônica que mistura em um único evento sonoro beats e drones gerados por softwares de áudio de última geração com beats e drones gerados por uma Gatorra conectada a uma série de pedais de efeitos. A tensão entre o controle extremo da codificação digital e o total descontrole da Gatorra com seus botões analógicos desenvolve uma experiência sonora ansiosa e desconfortante, representando o tempo presente, tempo de conflitos, de extremismos e radicalismos enfrentados de peito aberto através da precariedade. O efeito é uma síntese disjuntiva em que o futuro e o passado se encontram produzindo um transe distópico e precário-futurista.
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